quarta-feira, 2 de junho de 2010

Neukomm - Missa Solemnis Pro Die Acclamationis Joahannis VI

A partida de Lisboa em novembro de 1807 foi precipitada. Famílias foram separadas, pois não havia suficiente lugar para todos nos navios. Se a viagem seria desgastante para os que partiam, prenunciava-se uma tragédia em Portugal para os que ficaram. Dois meses depois, em janeiro de 1808, o Príncipe Regente desembarcava em Salvador da Bahia, e no Rio em março. Ele veio acompanhado de sua mãe, a pertubada Rainha Maria, e de umas dez mil pessoas (5% da população da capital de Portugal), em cerca de vinte navios. Dom João instalou um genuíno aparato de Estado e um corpo diplomático. A capital da colônia tornou-se a sede de ministérios, secretarias, serviços públicos e do Conselho de Estado.

As minas de ouro brasileiras já haviam sido exauridas, e a colônia recuperara seu papel tradicional de fornecedora de produtos agrícolas, operada por escravos. O Rio era o maior mercado de escravos da América: um terço de seus habitantes era de origem africana. Os ministros e secretários do Príncipe Regente foram obrigados a contemplar os efeitos de sua política e, ainda pior, conviver com os resultados de sua obra colonial. O choque foi mútuo. Para os brasileiros, o impensável aconteceu: figuras míticas se materializavam inesperadamente na colônia. Os ícones gravados em suas moedas, os personagens que eles conheciam somente através de estátuas e gravuras, estavam ao seu lado, em carne e osso.

Treze anos depois, em abril de 1821, Dom João VI partia em direção oposta, de volta à Lisboa. Mas antes que isso acontecesse, ele foi aclamado no Rio de Janeiro como Rei de Portugal, Brasil e Algarves, uma cerimônia preparada durante dois anos e cujas festividades se prolongaram por muitos dias.
(extraído e traduzido do encarte)

C’est à Rio, en 1817, que Neukomm composa cette messe monumentale, destinée à saluer l’accession au trône du Portugal et du Brésil, du roi Jean VI, lors de la grande cérémonie d’acclamations qui devait avoir lieu l’année suivante. Mais de sombres raisons la firent censurer et le manuscrit en dormait depuis, parmi les quelques deux mille œuvres léguées à la France par ce compositeur.
Après le “Libera me” ajouté à la version carioca du Requiem de Mozart et le Grand Office funèbre, Jean-Claude Malgoire poursuit ici son exploration raisonnée des chefs d’œuvre de ce compositeur trop injustement oublié, avec cet enregistrement “live”. (Disques K617)

Missa Solemnis Pro Die Acclamationis Johannis VI
1. Kyrie
2. Gloria
3. Laudamus te
4. Adoramus te
5. Gratias agimus tibi
6. Domine Deus
7. Qui tollis
8. Quoniam
9. Cum Sancto Spiritu
10. Credo
11. Et incarnatus
12. Et resurrexit
13. Sanctus
14. Benedictus
15. Agnus Dei

Missa Solemnis Pro Die Acclamationis Joahannis VI - 2009
Sigismund Ritter von Neukomm (Salzburg,1778 - Paris,1858)
La Grande Écurie et la Chambre du Roy & Chœur de Chambre de Namur
Regência: Jean-Claude Malgoire

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FONTE: http://pqpbach.opensadorselvagem.org/

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